sábado, 15 de fevereiro de 2025

A insustentável leveza do desastre

 Lula já foi chamado de muitas coisas: operário, messias, injustiçado, salvador da pátria. Hoje, é apenas um fardo. Um fardo pesado, caro e sem manual de instruções. Sua popularidade, outrora sustentada por promessas e slogans reciclados, despenca mais rápido que o real diante de qualquer oscilação do mercado. Os números falam por si: 24% ainda insistem em acreditar, talvez por hábito, talvez por teimosia. O resto do país já percebeu o óbvio: o governo é um fiasco.

O fenômeno seria cômico, não fosse trágico. A economia está em frangalhos, o dólar faz festa, a inflação manda lembranças e, no meio do caos, o presidente segue sua rotina habitual de culpados terceirizados. O problema nunca é dele. É da "herança maldita", do Congresso, da elite, do clima, de Marte, de Plutão. Só falta culpar a astrologia por seu desastre econômico. Enquanto isso, o brasileiro tenta pagar uma conta de supermercado que aumenta mais rápido do que discurso de político em campanha.

Mas não sejamos injustos. Lula não está sozinho nessa epopeia de incompetência. Sua musa, Janja, prova que ser primeira-dama no Brasil não exige mais do que um cartão de embarque na primeira classe e um talento especial para fingir relevância. De hotéis cinco estrelas a agendas de puro folclore, sua gestão como "primeira-turista" do país está cada vez mais impopular. Descobriram que ela serve para tanto quanto uma nota de três reais: circula muito, mas não tem valor algum.

A solução? O governo aposta na comunicação, como se uma boa edição de vídeo fosse capaz de baratear o arroz e o feijão. Não será. Pode-se maquiar estatísticas, manipular manchetes e distribuir promessas como quem joga pão a pombos. Mas o brasileiro sente no bolso aquilo que a propaganda tenta esconder. E, por mais que Lula e sua trupe queiram transformar narrativa em realidade, o preço do café continua a desafiar o melhor dos marqueteiros.

Dois anos restam. E o que fazer? O impeachment é um desejo crescente, mas seria uma solução ou um alívio momentâneo? Melhor deixá-lo ali, tropeçando nas próprias bravatas, até que a história o empurre para seu merecido ostracismo. O que resta de sua popularidade vai derretendo ao sol da própria incompetência, e, ao fim, talvez nem precise ser removido.

A democracia tem dessas ironias: às vezes, a punição perfeita é deixar o culpado terminar o serviço. No caso de Lula, significa vê-lo arrastar seu governo até o último suspiro de credibilidade, provando, com cada nova pesquisa, que a única coisa que ainda consegue construir é a rejeição de um país que já não aguenta mais.