sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Golpes imaginários e quedas bem reais

Se o Brasil fosse uma novela, seria dessas que passam na sessão da tarde, cheia de dramas mal ensaiados e vilões imaginários. No episódio mais recente, Lula, nosso dramaturgo-mor, segue encenando sua eterna luta contra um golpe que nunca veio, enquanto o país despenca ladeira abaixo na classificação mundial, o dólar bate os 6 reais, e a economia dança um samba desengonçado. Golpes reais, ao que parece, são privilégio exclusivo do mercado.

Haddad, o eterno aluno esforçado que nunca entrega a lição certa, faz suas apresentações PowerPoint com gráficos coloridos e palavras otimistas, mas ninguém acredita. Nem ele, talvez. Enquanto isso, investidores fogem mais rápido que políticos em CPIs, e o pobre cidadão brasileiro assiste, desolado, ao real perder seu último resquício de dignidade. Um governante competente tentaria remediar o desastre. Lula, porém, prefere dar entrevista sobre conspirações invisíveis e relembrar suas glórias de outrora, quando o Brasil ainda acreditava em contos de fada.

E o golpe? Ah, o golpe! É o fantasma conveniente que justifica tudo: a inflação descontrolada, a fuga de capitais, o desespero na classe média. Lula grita "golpe" como quem espanta mosquitos, enquanto o país afunda em problemas bem mais concretos. Não é preciso um general de óculos escuros e botas pretas para derrubar este governo. O mercado e a incompetência já estão fazendo esse trabalho com eficiência exemplar.

O curioso é que, no meio desse caos, o povo brasileiro mantém sua resiliência – ou seria uma teimosia ingênua? Continuamos a acreditar que dias melhores virão, mesmo quando quem está no comando parece mais interessado em lutar contra moinhos de vento do que em construir qualquer coisa que preste.

Enquanto Lula se ocupa com seu teatro do absurdo, o dólar dispara, os preços sobem, e o Brasil descobre que a única coisa mais imaginativa do que os golpes inventados pelo governo são as desculpas que ele dá para sua própria incapacidade. Golpes podem ser fictícios, mas a conta do supermercado, infelizmente, não é.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Janja, Musk e a ópera bufa do poder

 Não é todo dia que uma primeira-dama se lança na arena internacional para xingar um bilionário excêntrico que, com todas as suas idiossincrasias, mais parece saído de uma distopia cyberpunk. Mas eis que Janja, entre um post sobre cachorrinhos e um selfie no Alvorada, decide mirar sua indignação no homem que manda satélites ao espaço e administra uma das maiores redes sociais do mundo. O motivo? Vá entender. Talvez a gravidade do Brasil já não seja suficiente para segurar certas mentes em órbita.

Elon Musk, para quem ainda vive num barraco sem Wi-Fi, não é só um empresário. É o ícone do século XXI, amado e odiado em doses cavalares. Um visionário que às vezes erra o alvo, mas sempre está na vanguarda, agora envolvido até mesmo no governo de Donald Trump, reeleito para desfazer o caos americano com o mesmo estilo caótico que o caracterizou antes. O problema? Janja não leu o memo. E, como toda boa ativista de sofá, soltou seus impropérios sem medir as consequências. Decoro, afinal, é coisa de burguesia.

O mais irônico – e aqui não posso deixar de rir – é que, enquanto Janja grita contra Musk, seu marido, o sempre performático Lula, segue o baile de incompetências com uma elegância de paquiderme na loja de cristais. O governo desanda, a inflação não se estabiliza, e o Brasil patina na lama da mediocridade. Mas há tempo para tudo: ataques gratuitos, polêmicas desnecessárias e, claro, a velha tentativa de transformar a inépcia em virtude.

E que ninguém diga que Janja é só figura decorativa. Ao contrário, ela se tornou um espelho perfeito do governo que representa: barulhento, desajeitado e sem noção de prioridades. Musk, de sua torre de foguetes, certamente riu. Já o resto do mundo, perplexo, anota mais um capítulo da ópera bufa brasileira. Se o Brasil ainda fosse uma piada, pelo menos seria original. Agora, nem isso.

Por fim, resta a reflexão: como uma nação com tanto potencial consegue escolher líderes que, ao invés de comandar, transformam o país num reality show de segunda categoria? Janja grita, Lula se esquiva, e o Brasil assiste. E Musk? Ele orbita. Porque, ao contrário de nossos ilustres governantes, ele entende que o futuro não se constrói no grito. Se constrói na ação. Coisa rara por aqui.