segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Janja, Musk e a ópera bufa do poder

 Não é todo dia que uma primeira-dama se lança na arena internacional para xingar um bilionário excêntrico que, com todas as suas idiossincrasias, mais parece saído de uma distopia cyberpunk. Mas eis que Janja, entre um post sobre cachorrinhos e um selfie no Alvorada, decide mirar sua indignação no homem que manda satélites ao espaço e administra uma das maiores redes sociais do mundo. O motivo? Vá entender. Talvez a gravidade do Brasil já não seja suficiente para segurar certas mentes em órbita.

Elon Musk, para quem ainda vive num barraco sem Wi-Fi, não é só um empresário. É o ícone do século XXI, amado e odiado em doses cavalares. Um visionário que às vezes erra o alvo, mas sempre está na vanguarda, agora envolvido até mesmo no governo de Donald Trump, reeleito para desfazer o caos americano com o mesmo estilo caótico que o caracterizou antes. O problema? Janja não leu o memo. E, como toda boa ativista de sofá, soltou seus impropérios sem medir as consequências. Decoro, afinal, é coisa de burguesia.

O mais irônico – e aqui não posso deixar de rir – é que, enquanto Janja grita contra Musk, seu marido, o sempre performático Lula, segue o baile de incompetências com uma elegância de paquiderme na loja de cristais. O governo desanda, a inflação não se estabiliza, e o Brasil patina na lama da mediocridade. Mas há tempo para tudo: ataques gratuitos, polêmicas desnecessárias e, claro, a velha tentativa de transformar a inépcia em virtude.

E que ninguém diga que Janja é só figura decorativa. Ao contrário, ela se tornou um espelho perfeito do governo que representa: barulhento, desajeitado e sem noção de prioridades. Musk, de sua torre de foguetes, certamente riu. Já o resto do mundo, perplexo, anota mais um capítulo da ópera bufa brasileira. Se o Brasil ainda fosse uma piada, pelo menos seria original. Agora, nem isso.

Por fim, resta a reflexão: como uma nação com tanto potencial consegue escolher líderes que, ao invés de comandar, transformam o país num reality show de segunda categoria? Janja grita, Lula se esquiva, e o Brasil assiste. E Musk? Ele orbita. Porque, ao contrário de nossos ilustres governantes, ele entende que o futuro não se constrói no grito. Se constrói na ação. Coisa rara por aqui.