Se o Brasil fosse uma novela, seria dessas que passam na sessão da tarde, cheia de dramas mal ensaiados e vilões imaginários. No episódio mais recente, Lula, nosso dramaturgo-mor, segue encenando sua eterna luta contra um golpe que nunca veio, enquanto o país despenca ladeira abaixo na classificação mundial, o dólar bate os 6 reais, e a economia dança um samba desengonçado. Golpes reais, ao que parece, são privilégio exclusivo do mercado.
Haddad, o eterno aluno esforçado que nunca entrega a lição certa, faz suas apresentações PowerPoint com gráficos coloridos e palavras otimistas, mas ninguém acredita. Nem ele, talvez. Enquanto isso, investidores fogem mais rápido que políticos em CPIs, e o pobre cidadão brasileiro assiste, desolado, ao real perder seu último resquício de dignidade. Um governante competente tentaria remediar o desastre. Lula, porém, prefere dar entrevista sobre conspirações invisíveis e relembrar suas glórias de outrora, quando o Brasil ainda acreditava em contos de fada.
E o golpe? Ah, o golpe! É o fantasma conveniente que justifica tudo: a inflação descontrolada, a fuga de capitais, o desespero na classe média. Lula grita "golpe" como quem espanta mosquitos, enquanto o país afunda em problemas bem mais concretos. Não é preciso um general de óculos escuros e botas pretas para derrubar este governo. O mercado e a incompetência já estão fazendo esse trabalho com eficiência exemplar.
O curioso é que, no meio desse caos, o povo brasileiro mantém sua resiliência – ou seria uma teimosia ingênua? Continuamos a acreditar que dias melhores virão, mesmo quando quem está no comando parece mais interessado em lutar contra moinhos de vento do que em construir qualquer coisa que preste.
Enquanto Lula se ocupa com seu teatro do absurdo, o dólar dispara, os preços sobem, e o Brasil descobre que a única coisa mais imaginativa do que os golpes inventados pelo governo são as desculpas que ele dá para sua própria incapacidade. Golpes podem ser fictícios, mas a conta do supermercado, infelizmente, não é.